sábado, 20 de setembro de 2008

Evangelhos são obra de autores desconhecidos, dizem pesquisadores

Os Evangelhos do Novo Testamento, quatro relatos sobre a vida de Jesus aceitos por todas as igrejas cristãs, tradicionalmente são atribuídos a dois dos Doze Apóstolos (Mateus e João, filho de Zebedeu), a um companheiro do apóstolo Pedro (Marcos) e a um colaborador de São Paulo (Lucas). Para os atuais estudiosos da Bíblia, no entanto, o mais provável é que nenhuma dessas autorias tradicionais esteja totalmente correta. Embora muitos dos fatos contados pelos evangelistas possam realmente remontar à vida de Jesus, inconsistências e contradições deixam claro que nenhum de seus discípulos originais sentou-se pessoalmente para escrever uma biografia de Cristo.Leia mais

Ao ler essa reportagem, uma pergunta me tomou a mente: até onde a ciência afeta a minha fé?
Esse questionamento pode soar estranho vindo de alguém que preza questionar e estudar a Bíblia a fundo a fim de desmentir inúmeras “verdades” infundadas disseminadas pela igreja cristã atual. Mas deixe-me explicar. Estudar, conhecer, buscar, meditar é de suma importância para que nós, cristãos, pratiquemos um cristianismo sólido, incorruptível e real. É de suma importância para que não fiquemos por aí acreditando em estorinhas contadas em púlpitos e passemos a acreditar somente na real Palavra de Deus. E a real Palavra de Deus provém da Bíblia; ela é o centro do cristianismo, a base e o teto.
Porém, quando começamos a estudar, a cientificar a própria Bíblia, mesmo que seja só um pouquinho, vemos algumas diferenças e algumas verdades que não são disseminadas por medo do cristão perder a fé. Por exemplo, quase todo o cristão sabe, teólogo ou não, sabe que existem livros da Bíblia de autores desconhecidos; outros são de autoria duvidosa e ainda outros são de autorias parcialmente conhecidas, como Salmos ou Eclesiastes. Existe o livro de Genesis que, na melhor hipótese, é uma reunião de histórias antigas reunidas por Moisés.
Essas informações são ótimas para o seu conhecimento. Mas faz diferença para a sua fé na Bíblia como Palavra de Deus? Não deveria. Porque você deve ter fé no propósito divino em nos manter esses textos até hoje, trazendo uma mensagem que é a base do comportamento cristão e uma pequena demonstração do que é Deus; Seu amor, misericórdia e poder. É nisso que você deve crer. Se livro tal foi escrito por X mas tem o nome de Y ou se o texto A não condiz com o texto B, tanto faz. Se você crê que o texto contém uma mensagem que provém e foi mantida por Deus em sua essência para você, isso já é o bastante! Portanto, deixe a ciência ser ciência e deixe a sua fé ser fé.
Quanto aos evangelhos, existia antigamente a tradição de se escrever um texto e nomeá-lo com o nome da pessoa que originou tal pensamento. Talvez os Evangelhos não sejam diferentes. Os relatos das histórias sobre Jesus sobreviveram até cerca de 70DC através dos cultos nas igrejas primitivas. Se hoje em dia, nós louvamos e ouvimos pregação nos cultos, antigamente eles se utilizavam dos cultos para compartilhar experiências e testemunhos vividos por cada um sobre a vida de Jesus. Segundi alguns estudiosos, os livros de Marcos, Lucas e Mateus provém de uma mesma fonte; apenas foram alteradas algumas ordens e adicionados algumas passagens conforme a vontade do editor de cada evangelho.
Isso muda alguma coisa em sua fé na historicidade de Cristo? Ele viveu como homem e morreu como Deus para salvar a humanidade de seus pecados. Creia nisso e não se abale com a ciência. Se você for sábio, ela será muito mais aliada do que inimiga.


René Vasconcelos
http://papodeteologo.gospelmais.com.br/

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