quarta-feira, 23 de julho de 2008

China vai distribuir bíblias grátis durante as Olimpíadas




A China vai disponibilizar cópias gratuitas da Bíblia a atletas, espectadores e turistas durante o período dos Jogos Olímpicos, informou nesta segunda-feira a imprensa estatal chinesa.

O reverendo Xu Xiaohong, do Conselho Cristão Chinês, baseado em Xangai, responsável pela publicação dos livros, adiantou que 50 mil cópias dos quatro evangelhos, impressas em duas línguas, estão sendo enviadas para as seis cidades onde vão ocorrer eventos olímpicos.
A capa da edição trará o logotipo das Olimpíadas, acrescentou Xu.
"Isto é particularmente significativo porque, até onde sei, é a primeira vez que o logotipo olímpico vai ser incluído em um livro religioso", observou Xu, citado pelo China Daily.
Segundo o reverendo, o logotipo inscrito na Bíblia representa a combinação entre "o espírito olímpico e o espírito de levar uma vida orientada para um objetivo, que é algo em que os cristãos acreditam".
Os interessados poderão encontrar a Bíblia nas igrejas e na Vila Olímpica, mas o livro não vai estar disponível nos hotéis.
A casa dos atletas receberá 10 mil cópias do livro sagrado, disse ao jornal China Daily Li Chunnong, diretor-geral da Amity Printing Co., a maior editora de livros cristãos do país.
Também estarão disponíveis mais 30 mil cópias do Novo Testamento, afirmou o responsável.
Além da distribuição de bíblias, a Vila Olímpica também terá um centro de culto para seguidores de outras religiões, afirmou Chen Guangyan, presidente da Associação Islâmica na China.
Em novembro do ano passado, a China precisou combater a imagem de intolerância religiosa resultante dos boatos de que as bíblias seriam proibidas durante os Jogos Olímpicos.
A organização do evento desmentiu terminantemente as informações e o Ministério das Relações Exteriores afirmou que os falsos relatos de uma agência de notícias religiosa e de um meio de comunicação europeu foram lançados por pessoas que pretendiam sabotar os Jogos Olímpicos.
Os atletas e visitantes poderão levar textos e objetos religiosos para uso pessoal quando estiverem em Pequim durante os Jogos, afirmou a organização, recomendando em comunicado que "cada viajante não traga mais do que uma Bíblia para a China".
A permissão não se estende, no entanto, ao movimento espiritual Falun Gong, proibido pelo governo comunista chinês por ser um "culto maligno".
A China é alvo de críticas freqüentes devido à violação dos direitos humanos e à repressão da liberdade religiosa.
As autoridades chinesas só permitem manifestações cristãs em igrejas aprovadas e controladas pelo Estado, mas milhões de fiéis são membros de igrejas clandestinas, que celebram missas em casas particulares e se recusam a aceitar a liderança religiosa do Estado.
A Constituição chinesa autoriza a existência de cinco igrejas no país: budista, taoísta, muçulmana, católica e protestante.
Segundo especialistas chineses, a comunidade protestante na clandestinidade possui cerca de 30 milhões de pessoas e, segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica clandestina tem mais de oito milhões de fiéis na China.
Muitos líderes destas igrejas são regularmente presos e locais de culto clandestinos são fechados periodicamente pelas autoridades.

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