quarta-feira, 29 de julho de 2009

Aos zaqueumaníacos, saboreadores do mel e cia.




Que as muitas músicas gospel que estão em voga hoje são antropocêntricas e de "autoajuda", ninguém duvida. O que se vê é a proliferação da má criatividade e ignorância de muitos compositores para formular as letras dessas canções. Há cantores cujos álbuns só falam do "eu", elevando a pessoa do crente às alturas e transformando-o em um super-herói. Essas músicas fazem até sucesso, porque cantam o que o povo gosta de ouvir e entoam aquilo que massageia o ego da alma, esquecendo-se de que isso não é louvar a Deus, mas sim aos próprios crentes.


A intenção é subir como Zaqueu, quando a Palavra nos recomenda humilhar-nos (Tg 4.10; 1 Pe 5.6). O desejo é transformar a vida cristã num teatro, onde os protagonistas somos nós no palco e os espectadores são os derrotados, na plateia. O desejo é triunfar, crescer, e não diminuir (Jo 3.30). O intuito é provocar os adversários e ameaçá-los, caso não nos ajudem durante a prova, como se para ultrapassá-la carecemos exclusivamente da ajuda humana. Além disso, canta-se muito "eu sou de Jesus", mas os ritmos profanos, que não são do Mestre, permanecem sendo utilizados. Sem contar que, como se canta por aí, para receber a promessa tem que estar na fila, aguardando a senha do anjo. Bendita benevolência divina! Ou então, levamos nossa relação para o campo romântico-sensual, cantando mantras gospel e tratando meu Senhor como um marido em lua-de-mel.


E por que essas canções chegaram às paradas de sucesso? Porque eu quero degustar o sabor de mel. Porque eu quero chamar a atenção para mim. Porque eu quero de volta o que é meu. Porque sou eu, e não Deus, quem esmaga a cabeça de Satanás (Rm 16.20). Porque eu quero esconder as sandálias do Jesus, sentar no Seu colo e erotizar minha relação com Ele.

Aonde chegaremos? Como falar da grandeza de Deus exaltando o próprio homem? Como senti-lo quando nós estamos nos centros das canções? Será que somos levitas ou vendedores de motivação musical?


Quando veremos letras inspirativas, cheias da unção do Santo nas canções que fazem sucesso? Do jeito que a massa gosta, nem tão cedo. Enquanto o povo agir como Aladdin e tratar Deus como o Gênio da lâmpada, muitos cantores aguçarão seus interesses através de suas canções hedonistas. "Mas todo mundo gosta", alguém argumentaria. "Olhai por vós mesmos", responderia João (2 Jo 8).


Não que não queiramos receber as dádivas divinas ou que rejeitamos a manifestação de Jesus através das canções, mas o nosso louvor deve ser para Ele, de forma que a Sua dispensação reine de acordo com a Sua vontade. Mas, para os saboreadores do mel ou zaqueumaníacos, somos nós que ditamos, exigimos, ameaçamos e provocamos.


Blog Assem-bereia de Deus

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