domingo, 1 de março de 2009

SANTIDADE E HIPOCRISIA


No meio cristão há doutrinas, que além de não serem bíblicas, são também o que chamo de Mães da Hipocrisia. E por quê? Primeiro, porque em tais doutrinas tem-se um conceito muito limitado de pecado. São aquelas doutrinas que afirmam que o verdadeiro cristão nunca peca e se pecar é porque nunca nasceu de novo.Somente quem não conhece a santidade de Deus e a natureza humana é que podeafirmar tais doutrinas. Em tais perspectivas doutrinárias, se garante que o crente não peca porque para elas o conceito de pecado está limitado apenas à área do comportamento Moral-sexual. Ora, em tais casos, se o irmão ou a irmã não adulteram e não se prostituem, então não pecam!Todos nós sabemos que este era precisamente o princípio que governava a estreitezado conceito de pecado dos fariseus. Jesus, no entanto, jamais acusou o “comportamentoMoral” deles, mas o que eles tinham “dentro de si”(Leia Mt. 23).De fato, eu sofro quando vejo pessoas afirmarem que é possível a um crente viver sempecar. Eu creio que a Bíblia ensina que é possível viver sem a “cronificação” da prática do pecado. Isto porque, do ponto de vista da palavra de Deus, o conceito de pecado cobre um campo vastíssimo, e não apenas a área do comportamento Moral-sexual.“Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem”.É interessantíssimo que Jesus ponha todos os males dentro da mesma fonte (o coração), e aumente muito a extensão do pecado que nasce da motivação: vem de dentro e vai do desejo maligno à morte do próximo. Nesta lista temos as motivações sexualmente impuras bem como há pecados do pensamento, da língua, do mau uso do dinheiro, da “esperteza”, da inveja e outros males que só Deus conhece.Quem pode dizer diante de Deus que está “acima” destes dramas da carne, da alma e do espírito?Ora, no meio cristão, os pecados têm sido relacionados quase apenas à área sexual. E é por esta razão que nós temos empresários que não vão para a cama com suas secretárias, mas que fazem da sonegação o grande negócio de suas empresas e que exploram os seus empregados sem nenhuma convicção de pecado.E se eles dão gordas ofertas para a igreja, nós, pastores, fingimos não saber o que acontece.É também pela mesma razão que há líderes religiosos pregando que não pecam (porque não cometeram adultério na prática), enquanto “derrubam” um colega através de“manobras piedosas” cuja malícia, às vezes, não se encontra nem entre os políticos ateus.Aqui devemos incluir aquilo que a Bíblia chama de pecados de acepção de pessoas. E deste pecado nenhum de nós se livra. Quem de um modo ou de outro não faz acepção entre pessoa e pessoa, entre ser humano e ser humano, entre um grande líder e um outro que preside algo menor.Ora, o equilíbrio bíblico é aquele que diz:“Eu sei que sou um pecador que foi redimido pelo sangue de Jesus, mas que precisacrucificar a concupiscência da carne todos os dias, pois a minha natureza é caída e rebelada contra a Lei de Deus. Por isto, eu preciso andar no Espírito e no amor a fim de que eu não alimente minha natureza caída, ainda que, eu mesmo saiba, que conquanto não viva mais na prática do pecado, eu não me livro de reconhecer, todos os dias, que eu sou pecador e que, por essa mesma razão, peco mesmo quando penso que não peco. No entanto, eu me escondo e me glorio na Cruz de Jesus: onde meu pecado foi pago e de onde eu recebo Graça para purificar meus pecados e receber perdão para as eventuais ou freqüentes contradições do meu ser. No entanto, eu sei que a Graça que me perdoa, é também a Graça que me transforma e santifica.Daí, eu querer e poder viver em santidade, ainda que eu seja um pecador”.

Continua...

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