segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A IGREJA DE SALOMÃO E DE LAODICÉIA



O rei Salomão tinha sabedoria dada por Deus, era herdeiro de um dos heróis da fé – Davi; embelezou a cidade de Jerusalém, recebia visitas ilustres que viam de longe para conhecê-lo, construiu um templo magnífico, Deus chegou a se manifestar nele. Mas, ao mesmo tempo, o rei Salomão ia construindo palácios belíssimos para si mesmo, enquanto formava um enorme harém de mulheres e cobrava impostos pesados ao povão. Resultado: a vaidade tomou conta de sua vida, ficou insensível a necessidade do povo, e por fim estava levando sacrifícios para os deuses de suas mulheres. Trazendo para o nosso tempo, fico observando, nossos templos, antes modestos, hoje se transformando em um misto de catedral e shopping center. Pelo visto, dinheiro, não é problema em muitos lugares, pois os pastores andam em carros de luxo, compram aviões, são donos de canais de televisão, ou alugam a preços de ouro horários em grandes emissoras de TV aberta. Tem momentos que, parece que existem duas igrejas. Uma composta pelos membros e obreiros de “baixo clero” (expressão vinda do Congresso Nacional) e outra composta pelos seus líderes maiores, e outra composta pelos de “alto clero”, apóstolos, bispos e pastores-presidentes de grandes ministérios. No baixo clero, também pode ser contado os presidentes de igrejas e ministérios menores. Na primeira, estão pessoas que vão à escola dominical, com suas revistas, participam dos cultos, juntamente com suas famílias, trazendo suas Bíblias e hinário da denominação (um item em extinção). Esses membros e obreiros, são a massa de pessoas que compõe a igreja/denominação, seguindo seus usos e costumes, liturgia de culto, contribuindo financeiramente com os dízimos e ofertas e obedecendo seus pastores e líderes. Muitas dessas pessoas, não fazem idéia do que rola nos bastidores institucionais. Existem muitas denúncias, envolvendo assuntos graves circulando por aí. A gente não sabe se é ou não verdade, mas merecem que sejam apuradas para ver se há ou não veracidade. Como por exemplo: compras de igrejas e ministérios inteiros, pastores com padrão de vida milionário, negociatas escandalosas com políticos, pastores que fazem parte da maçonaria, gastos exorbitantes com política eclesiástica, entre outras coisas. Algum pode perguntar: Mas se a igreja está crescendo é porque é de Deus! E de fato, as igrejas evangélicas estão crescendo mesmo e como nunca! Mas é momento de vermos se esse crescimento significa conversão ou simples adesismo.

A igreja evangélica brasileira está doente. Uma situação paradoxal, pois, ela cresce e nunca teve tanto poder político, midiático e financeiro como agora. Porém, assim como a igreja de Laodicéia, está pobre, nu e cega do ponto de vista espiritual. Mas alguém diria: Que exagero! Nós temos rádios, canais de televisão, representantes políticos, construímos grandes e lindas catedrais. Quem já leu o livro “O Bispo”, a biografia de Edir Macedo, vê que o padrão estabelecido hoje como um líder religioso de sucesso é o do manda-chuva da IURD. Nesse livro, se vê Macedo como um líder denominacional, que comanda não uma igreja, mas sim uma grande empresa multinacional. Ele é o modelo de líder de sucesso. Aviões particulares caros, motoristas, seguranças, mansões, como a da cidade de São José dos Campos (SP) mostrada na Revista Veja no ano de 2007. Isto se estabeleceu de tal modo, que o sonho de muitos pastores é ser Bispo, Apóstolo, Pastor-Presidente e andar acompanhado de vários seguranças. Nos últimos anos, o tom das denúncias contra as lideranças evangélicas, vem subindo de forma assustadora com acusações fortíssimas, como: aquisição de imóveis luxuosos em outros países, casamento de fachada, casos extra-conjugais, lavagem de dinheiro, líder que manda bater e até matar quem vê como rival. A verdade é que os católicos tem um papa no mundo, mas os evangélicos tem vários papas e candidatos a papa. Por falar em papa, conta-se que o papa Inocêncio IV mandou chamar S. Tomás de Aquino para lhe mostrar todos os tesouros da igreja romana. Após a exposição de sua riqueza, disse-lhe o papa: “Já não podemos dizer como o apóstolo Pedro que não temos ouro e nem prata” ao que lhe replicou o teólogo: “Também já não podemos ordenar ao paralítico para que se levante e ande”. De vez em quando ouço alguém perguntar: O que Jesus diria hoje, com respeito a situação da igreja? Esta pergunta está respondida no livro do Apocalipse, e só olhar o que Ele diz no Apocalipse ao se referir às igrejas da Ásia que foram repreendidas: “Estou a ponto de vomitar-te da boca”, “Tirarei o seu castiçal do lugar, caso não voltes ao primeiro amor”, Combaterei os que assim procedem, com a espada da minha boca“.

Nenhum comentário: