quinta-feira, 23 de abril de 2009

Divulgada carta encontrada com pai e filho mortos em SP

SÃO PAULO - A carta que a polícia acredita ter sido escrita pelo advogado e professor-doutor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Renato Ventura Ribeiro, cujo corpo foi encontrado junto ao do filho, de 5 anos, relata problemas de convivência da criança com a família da mãe e sustenta que no futuro as datas comemorativas seriam de "tristeza" para o menino, daí a necessidade de "abreviar-lhe o sofrimento". O autor diz ainda: "Infelizmente, de todas as alternativas, foi a que me restou. É a menos pior. E pode ser resumida na maior demonstração de amor de um pai pelo filho." A carta não está assinada, mas a polícia está quase certa de que o autor é o professor. O computador dele foi apreendido para verificar se o texto foi digitado na máquina.

A seguir, a íntegra da carta:

"Aos meus amigos, Em primeiro lugar, saibam que estou muito bem e que a decisão foi fruto de cuidadosa reflexão e poderação (sic). Na vida, temos prioridades. E a minha sempre foi meu filho, acima de qualquer outra coisa, título ou cargo. Diante das condições postas pela mãe e pela família dela e de todo o ocorrido, ele não era e nem seria feliz. Dividido, longe do pai "por vontade da mãe", não se sentida bem na casa da mãe, onde era reprimido inclusive pelo irmão da mãe bêbado agressivo, fica constangido (sic) toda vez que falavam mal do pai, a mãe tentando afastar o filho do pai, etc, etc. A mãe teve coragem até de não autorizar a viagem do filho para a Disney com o pai, privando o filho do presente de aniversário com o qual ele já sonhava, para conhecer de perto o fantástico lugar sobre o qual os colegas da escola falavam. No futuro, todas as datas comemorativas seriam de tristeza para ele, por não poder comemorar junto com o pai e a mãe, em razão da intransigência materna. Não coloquei meu filho no mundo para ficar longe dele e para que ele sofresse. Se essa é a hora de corrigir o erro, abreviando-lhe o sofrimento. Infelizmente, de todas as alternativas, foi a que me restou. É a menos pior. E pode ser resumida na maior demonstração de amor de um pai pelo filho. Agora teremos liberdade, paz e poderei cuidar bem do meu filho.

Fique com Deus."

Tags:
crime, professor, advogado

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