
Pode parecer brincadeira mas em pleno século XXI ainda existe uma turma dentro das igrejas evangélicas que se manifestam em contraridade ao estudo, à leitura e à busca do conhecimento.
É muito comum ouvirmos pastores e/ou pregadores reverberando contra aqueles que se dedicam ao estudo secular, ou que procuram ampliar seus conhecimentos teológicos.
Nas igrejas pentecostais, especialmente, o cristão intelectual é tido como rebelde, frio, calculista, modernista, liberal e inveterado insurgente. James Sire (1) chama isso de versão popular do intelectual.
Diz-se, de modo recorrente, que a igreja não precisa de mais conhecimento ou de doutores, já que ela foi criada e levada adiante por pessoas que nunca estudaram, e que, portanto, a intelectualidade é desnecessária e sobretudo perigosa, já que a “letra mata e o Espírito vivifica” (falei sobre esse tema aqui).
É muito comum ouvirmos pastores e/ou pregadores reverberando contra aqueles que se dedicam ao estudo secular, ou que procuram ampliar seus conhecimentos teológicos.
Nas igrejas pentecostais, especialmente, o cristão intelectual é tido como rebelde, frio, calculista, modernista, liberal e inveterado insurgente. James Sire (1) chama isso de versão popular do intelectual.
Diz-se, de modo recorrente, que a igreja não precisa de mais conhecimento ou de doutores, já que ela foi criada e levada adiante por pessoas que nunca estudaram, e que, portanto, a intelectualidade é desnecessária e sobretudo perigosa, já que a “letra mata e o Espírito vivifica” (falei sobre esse tema aqui).
Hedonismo mental
O anti-intectualismo, percebe-se, ainda é uma realidade no nosso meio. Como escreveu Os Guinness:
“O anti-intelectualismo é uma disposição em não levar em conta a importância da verdade e a vida da mente. Vivendo numa cultura sensual e numa democracia emotiva, os americanos evangélicos da última geração têm simultaneamente revigorado seus corpos e embotado suas mentes. O resultado? Muitos sofrem de uma forma moderna do que os antigos estóicos chamavam de “hedonismo mental” – possuem corpos saudáveis e mentes obtusas”. (2)
Sem devaneios e meias voltas, portanto, constatamos a existência de uma batalha ridícula dentro das igrejas locais: ignorantes versus intelectuais.
De um lado aqueles que não aceitam a busca do conhecimento, e do outro, aqueles que se empenham em buscá-lo. Nessa peleja, os ignorantes vão levando a melhor, é claro, já que despudoradamente se valem da opressão e de falsas técnicas de interpretação bíblica para defender suas idéias.
Ocorre que, infelizmente, muita desse pendenga inóqua é criada pelo receio que os líderes possuem de perderem espaço àqueles que possuem mais conhecimento que eles (ou que pelo menos estudam mais que eles). Essa é uma triste realidade. O resultado é a criação da imagem de que todo cristão intelectual é arrogante por natureza, que exclui Deus da sua vida cristã.
É preciso dizer a esse pessoal que a arrogância não é afeta somente aos estudiosos, mas também àqueles que não buscam conhecimento. E o que existe de cristão que se arroga da sua própria ignorância não está escrito, como se no céu fossem receber de Deus uma coroa pela burrice exercida na terra: “Toma filho, sua coroa, pela ignorância que demonstraste”. É risível!
“O anti-intelectualismo é uma disposição em não levar em conta a importância da verdade e a vida da mente. Vivendo numa cultura sensual e numa democracia emotiva, os americanos evangélicos da última geração têm simultaneamente revigorado seus corpos e embotado suas mentes. O resultado? Muitos sofrem de uma forma moderna do que os antigos estóicos chamavam de “hedonismo mental” – possuem corpos saudáveis e mentes obtusas”. (2)
Sem devaneios e meias voltas, portanto, constatamos a existência de uma batalha ridícula dentro das igrejas locais: ignorantes versus intelectuais.
De um lado aqueles que não aceitam a busca do conhecimento, e do outro, aqueles que se empenham em buscá-lo. Nessa peleja, os ignorantes vão levando a melhor, é claro, já que despudoradamente se valem da opressão e de falsas técnicas de interpretação bíblica para defender suas idéias.
Ocorre que, infelizmente, muita desse pendenga inóqua é criada pelo receio que os líderes possuem de perderem espaço àqueles que possuem mais conhecimento que eles (ou que pelo menos estudam mais que eles). Essa é uma triste realidade. O resultado é a criação da imagem de que todo cristão intelectual é arrogante por natureza, que exclui Deus da sua vida cristã.
É preciso dizer a esse pessoal que a arrogância não é afeta somente aos estudiosos, mas também àqueles que não buscam conhecimento. E o que existe de cristão que se arroga da sua própria ignorância não está escrito, como se no céu fossem receber de Deus uma coroa pela burrice exercida na terra: “Toma filho, sua coroa, pela ignorância que demonstraste”. É risível!
Evitando equívocos
Não quero com isso dizer que o cristão intelectual é superior ou inferir àquele que não aprecia o estudo ou a leitura. Não, não e não!
Quero simplesmente ressaltar que a vida intelectual não é sinônimo de arrogância ou de desvio doutrinário, e que tanto estudioso quanto não estudioso estão sujeitos aos mesmos erros. É claro que a vida cristã não pode pautar-se jamais pelo grau de conhecimento que possuimos, mas sim pela dependência plena à Cristo. Como escreveu Paulo: “A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (I Co. 2:5,6). O que a Bíblia censura não é o conhecimento em si mesmo, mas o orgulho dele decorrente, como também se lê em I Co. 8:1,2.
Portanto, prezado leitor. Se você possui interesse em dedicar-se à leitura, ao estudo e à vida intelectual. Não se preocupe. Faça isso sem receios. Por mais que a tropa de choque anti-intelectual tente dissuali-lo.
Notas
1 – James Sire, Hábitos da Mente – a vida intelectual como um chamado cristão. São Paulo, SP. Editora Hagnos. 2005. p. 19.
2 - Os Guinness, citado por James Sire, obra citada, p. 23.
Quero simplesmente ressaltar que a vida intelectual não é sinônimo de arrogância ou de desvio doutrinário, e que tanto estudioso quanto não estudioso estão sujeitos aos mesmos erros. É claro que a vida cristã não pode pautar-se jamais pelo grau de conhecimento que possuimos, mas sim pela dependência plena à Cristo. Como escreveu Paulo: “A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (I Co. 2:5,6). O que a Bíblia censura não é o conhecimento em si mesmo, mas o orgulho dele decorrente, como também se lê em I Co. 8:1,2.
Portanto, prezado leitor. Se você possui interesse em dedicar-se à leitura, ao estudo e à vida intelectual. Não se preocupe. Faça isso sem receios. Por mais que a tropa de choque anti-intelectual tente dissuali-lo.
Notas
1 – James Sire, Hábitos da Mente – a vida intelectual como um chamado cristão. São Paulo, SP. Editora Hagnos. 2005. p. 19.
2 - Os Guinness, citado por James Sire, obra citada, p. 23.
Um comentário:
Um excelente post. É inadmissível que, ainda hoje, haja pessoas que são contra o estudo. E como é que o crente vai ser cabeça reduzindo-se à ignorância? De jeito nenhum.
Graças a Deus que hoje temos juízes, médicos, advogados, professores, filósofos e teólogos em nossa igreja. E eles trouxeram crescimento, novos conhecimentos etc.
Mesmo porque, se fosse pra todo mundo ser ignorante, porque Deus não usou Pedro, que era um pescador, pra fazer o que Paulo, Mettre da lei fez?
Que Deus nos ajude a ter cada vez mais conhecimento e usá-lo para a glória de Deus.
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