domingo, 21 de dezembro de 2008

Rick Warren está cobrindo Obama num manto de justiça?




Ellen M. Rice
CHICAGO, EUA, 18 de dezembro de 2008 (LifeSiteNews.com) — Poucos meses depois de cortar seu relacionamento com o polêmico Rev. Jeremiah Wright, o presidente-eleito Barack Obama escolheu como palestrante de sua cerimônia de inauguração Rick Warren, pastor de uma mega-igreja evangélica.
Esquerdistas atacaram duramente Obama hoje por ter convidado o pastor para fazer a oração cerimonial da inauguração, em grande parte por causa da oposição de Warren ao casamento homossexual e ao aborto. Obama, porém, respondeu às críticas declarando numa entrevista coletiva de imprensa em Chicago: “Penso que não é segredo nenhum que defendo ferozmente a igualdade para gays e lésbicas americanos. É algo em que sou firme, e tenho a intenção de continuar a ser firme durante minha presidência”.
Ele disse que a escolha de Warren vem de sua convicção de que é “hora de os EUA se unirem, muito embora tenhamos discordâncias em certas questões sociais. Eu observaria que dois anos atrás fui convidado para falar na igreja de Rick Warren apesar de que ele estava ciente de que eu tenho opiniões que são totalmente contrárias às dele no que se refere a direitos dos gays e lésbicas, e no que se refere a questões como o aborto”. Obama citou a necessidade de “se criar uma atmosfera em que possamos discordar sem ser desagradáveis” e então “centralizarmos naquelas coisas em que, como americanos, cremos em comum”.
A reação à decisão de Obama provocou fúria na esquerda e na direita, bem como otimismo cauteloso por parte de alguns líderes importantes. O comentarista católico Pe. Jonathan Morris, do programa de televisão Fox News, disse que “o convite de Obama para o Pastor Warren é o sinal mais claro de que no final das contas o presidente-eleito colocará a astúcia política acima dos princípios éticos”. Ele acrescentou esperar que “Obama continuará a colocar os interesses políticos acima dos princípios éticos, em todas essas questões em que seus princípios são errados”.
O comentarista Terry Eastland, da revista Weekly Standard, também disse que ele crê que a “escolha unificadora” de “um homem tão importante na religião quanto Obama é na política”, e o fato de que Obama não escolheu nenhuma das grandes personalidades da esquerda religiosa, mostra que “Obama não confirmou o que os liberais pensavam que a eleição de Obama poderia significar — um avivamento da esquerda religiosa”.
“A escolha de Warren está compreensivelmente frustrando os liberais religiosos que esperavam outra coisa”, disse ele.
Entretanto, alguns comentaram que dar para Warren um importante lugar simbólico poderá servir meramente para suavizar a preocupação dos conservadores morais, apesar da falta de qualquer indicação concreta a favor deles na forma de políticas menos extremistas nas questões morais. Nesse sentido, a escolha de Warren poderia ser vista como uma “capa” para ajudar a perpetuar a idéia falsa de que Obama é moderado nas questões morais.
O jornalista Yael T. Aboukalkah, do jornal Kansas City Star, não vê como “grande coisa” a escolha de Warren e ele classifica a insistência dos grupos liberais para que Obama escolha um pastor diferente como “coisa previsível”. Ele continuou: “Repare nisto: Obama vem escolhendo pessoas na vasta maioria das vezes com pontos de vistas liberais para cargos realmente importantes na sua presidência e para cargos de assessoria para seu futuro governo”.
Warren, autor do best-seller “Uma Vida com Propósitos”, virou símbolo de um novo movimento espiritual nos EUA. Seu papel como moderador de um debate de duas partes entre John McCain e Barack Obama foi interpretado como sinal de um novo lugar para a religião na política americana, que tradicionalmente evita misturar igreja e Estado. Ele se considera “evangélico” e não “fundamentalista”, conforme disse a um jornalista do site Belief.net.
Foi no debate moderado por Warren, conhecido como o Debate Saddleback, conforme o nome da igreja de Warren, que Obama fez sua declaração infame e vergonhosa de que a questão de quando começa a vida humana está “muito além do que posso responder”.
Warren se opõe ao casamento homossexual e é pró-vida, declarando que “a vida é mais importante do que todas as outras questões”. Apesar disso, ele convidou Barack Obama para se dirigir à sua congregação e insistiu em que não devemos “demonizar alguém de quem discordamos, mesmo que seja numa questão de vida e morte. Como pastor tenho tido de lidar com todos os aspectos da questão do aborto. Os estupros, o incesto, o bebê com síndrome de Down e assim por diante.
Não é uma questão fácil”.Traduzido e adaptado por Julio Severo:
Fonte: LifeSiteNews, www.juliosevero.com, Julio Severo
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