Você já se sentiu lutando contra a solidão, desesperado, cheio de pecado e sobrecarregado de problemas? Todos fomos feitos para termos um relacionamento pessoal com Deus. Quando esta comunhão é quebrada, ficamos incompletos e precisamos de restauração. A comunhão com o Deus vivo é a essência da adoração. Ela é vital, atingindo o âmago da nossa vida.
Dando continuidade a série de postagens sobre as Sagradas Escrituras, desta vez vamos falar sobre o terceiro livro do Pentateuco: Levítico.
Este livro tem por nome Levítico pelo fato de ser um registro das leis referentes aos levitas(sacerdotes) e seu serviço.
A mensagem de Levítico é: o acesso a Deus dá-se unicamente por meio do sangue e o acesso obtido exige a santidade do adorador.
Um manual para os sacerdotes e levitas traçarem suas responsabilidades quanto a adoração e um guia de vida santa para os Hebreus.
O livro contém um código de leis divinamente determinado e planejado para tornar Israel diferente de todas as demais nações, espiritual, moral, mental e fisicamente. Ou seja, Israel tornar-se-ia uma nação santa, separada dos modos e costumes das nações que a cercavam, e consagrada ao serviço do Deus único e verdadeiro.
“… Santos sereis, porque EU, o SENHOR, o vosso Deus, Sou Santo.” (19.2).
Este livro abrange o período de menos de um ano da jornada de Israel no Sinai. É um livro de leis. Veremos agora sobre elas:
I. Leis referentes às ofertas (caps. 1 – 7)
Os sacrifícios foram instituídos para que o povo pudesse manifestar sua adoração a Deus:
1. O holocausto significava a inteira consagração a Deus.
2. A oferta pacífica, que era comida em parte pelo sacerdote e em parte pelo ofertante, mostrava a comunhão com Deus.
3. A oferta de manjares ou de cereais, constituída de farinha, pães ou grãos, representava a oferta de uma dádiva ao Senhor de tudo, em reconhecimento a sua bondade.
4. Por meio da oferta pelo pecado o Israelita manifestava tristeza, ou arrependimento do pecado e o desejo de perdão e purificação.
5. A oferta pela culpa era dada no caso de ofensas que exigissem a restituição.
II. Leis referentes ao sacerdócio (caps. 8 – 10)
Registram a consagração de Arão, seus filhos e a sua iniciação no ofício sacerdotal.
1. A consagração (cap. 8): lavagem com água, vestir-se de roupas sacerdotais, unção com óleo, oferta de sacrifícios e a aspersão do sangue.
2. O serviço (cap. 9).
3. A falta(cap. 10): foi usado fogo comum para queimar o incenso, sendo que Deus queria que fosse tirado fogo do altar. Devemos obedecer rigorosamente a vontade de Deus.
III. Leis referentes à purificação (caps. 11 – 22)
Israel, como uma nação santa, tem:
- alimento santo (cap. 11);
- corpos santos (12 – 14.32);
- lares santos (14.33 – 14.57);
- costumes santos (15);
- santidade renovada anualmente (16);
- culto santo (17.1 – 17.16);
- moralidade santa (18);
- costumes e vestuários santos (19 – 22).
IV. Leis referentes as festas ( caps. 23 e 24)
1. O sábado (23.1 – 23.3): festa semanal, descanso dos trabalhos.
2. A Páscoa e a festa dos pães asmos: Duas em uma – a Páscoa(celebra a passagem do anjo da morte sobre as casas dos Israelitas), de um dia de duração; e a festa dos pães asmos(comemora-se a partida do Egito), que durava sete dias.
3. Festa das Primícias: quando um feixe da colheita das primícias era levado perante o Senhor, representando a ressurreição de Cristo (1 Co 15.20).
4. Pentecoste(cinquenta): no quinquagésimo dia, dois pães movidos, com fermento(23.17) eram oferecidos ao Senhor.
5. Festa das Trombetas(23.23 – 23.25): O dia do Ano Novo.
6. O dia da Expiação(23.27 – 23.32): jejum. Nesse dia, o sacerdote entrava no luga santíssimo, com sangue, para fazer a expiação dos pecados do povo. Isso acontecia uma vez por ano e tipificava Cristo entrando no céu com o próprio sangue para fazer a expiação eterna dos nossos pecados. Além dos outros sacrifícios desse dia, havia a escolha dos dois bodes. Um desses era sacrificado; outro, Arão colocava as mãos sobre ele e confessava os pecados da nação; em seguida, enviava-o ao deserto. Este ato representa dos aspectos da expiação: Cristo pagava a pena por nossos pecados – a morte; e o afastamento dos nossos pecados, para nunca mais se lembrar deles.
7. Festa dos tabernáculos(23.33 – 23.44): comemoravam os dias em que os israelitas habitavam em tendas, depois da saída do Egito.
É interessante atentarmos para a sequência típica das festas, como elas manifestam a história da redenção:
1. Páscoa – a crucificação.a
2. As primícias – a ressurreição de Cristo.
3. O Pentecoste – o derramamento do Espírito.
4. As trombetas – o arrebatamento dos vivos e ressurreição dos santos.
5. Os tabernáculos – nossa habitação na presença do Senhor depois da grande reunião.
V. Leis referentes a terra (caps. 25 – 27)
1. O ano de descanso (cap. 25.1 – 25.7).
2. O ano do Jubileu (25.8 – 25.13).
3. Recompensa e castigo (26).
4. Votos (27).
O ano de Jubileu era comemorado de 50 em 50 anos, a começar do Dia da Expiação. Dava-se a terra o descanso do cultivo; todas as dívidas eram perdoadas; todos os escravos hebreus eram postos em liberdade e todas as propriedades eram restituídas aos seus proprietários primitivos.
O propósito desse ano do Jubileu era o de evitar a escravidão perpétua dos pobres e o acúmulo de riquezas pelos ricos e também o de preservar a distinção entre as tribos e suas possessões.
Foi esse ano que Cristo proclamou como “o ano da graça do Senhor”(Lc 4.19) e que Pedro chamou de “tempo em que Deus restaurará todas as coisas”(At 3.21).Como representação, o Jubileu encontra seu cumprimento parcial na dispensação do Evangelho e seu cumprimento completo durante o Milênio.
Nossas tradições cristãs são diferentes, mas necessárias para a adoração. Ao ler Levítico, dedique-se novamente a santidade e adore a Deus em particular, nos cultos e em celebrações especiais.
Fonte: Através da Bíblia: Livro por Livro; Pearlman, Myer / Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Postagens anteriores da série:
– Sagradas Escrituras – Êxodo, a Saída
– Sagradas Escrituras – Gênesis, o Princípio
– Sagradas Escrituras [ Parte I ] – Sobre os Livros Apócrifos